quarta-feira , 18 setembro 2024
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Cresce a procura pelo consumo de cafés especiais em Lavras

Cidade vive boom de cafeterias com produtos e serviços voltados para os cafés especiais.

Os cafés especiais caíram no gosto dos consumidores lavrenses. Prova disso é o aumento de cafeterias especializadas na comercialização destes produtos na cidade. Não se trata de um fenômeno isolado, mas de escala global. Basta dizer que o café é a bebida mais consumida no mundo depois da água.

Segundo pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o consumo dos cafés especiais cresce 12% ao ano no Brasil. As principais características do café especial são: fragrância/aroma, uniformidade, ausência de defeitos, doçura, sabor, acidez, corpo, finalização e harmonia.

A docente do Departamento de Agricultura e Cafeicultura da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Dalyse Toledo Castanheira, observa que aumento da procura pelo produto se deve às transformações dos padrões de consumo e o engajamento do setor cafeeiro, hoje mais interessado em produzir cafés de maior qualidade.

Cafeteria Cheirinho Bão na região central de Lavras 

“O café deixou de ser usado apenas como uma fonte de energia ou acompanhamento alimentar. Hoje o consumidor se interessa pela origem, os modos de produção e a qualidade do produto. Eles buscam conhecer e experenciar o produto”, avalia  a também produtora do Café Rancho Novo.

Ela destaca que o mercado consumidor oferece dois tipos de apreciadores de cafés especiais. Há os chamados coffee lovers, interessados em produtos, espaços e pessoas ligadas ao prazer sensorial do produto. Do outro lado, os consumidores caseiros do produto, responsáveis por aumentar a procura por utensílios domésticos usados na preparação do mesmo, como máquinas, moedores e coadores.

Para Dalyse Toledo Castanheira, o fenômeno lavrense é um sinal positivo para o mercado varejista. “Os indicativos econômicos mostram que as empresas que trabalham com cafés especiais obtêm bons indicativos de sucesso para o comércio. As ondas de consumo dos cafés especiais estimulam o chamado network, a conexão de pessoas”, finaliza.

Sedução   

“O café deixou de ser usado apenas como uma fonte de energia ou acompanhamento alimentar. Hoje o consumidor se interessa pela origem, os modos de produção e a qualidade do produto”, afirma  a docente Dalyse Toledo Castanheira (Ufla) 

Simone Lopes Guimarães conheceu os cafés especiais em 2015, quando ingressou no curso de Agronomia da Ufla. Foi quando travou conhecimento com o modo meticuloso do processo de produção e fabricação cafés especiais.

“Muito mais que uma qualidade sensorial elevada, o café especial é uma experiência. Em cada xícara que você toma, você descobre sabores e histórias com as pessoas que você ama. Não há a nada melhor que um bom café e uma boa prosa”, justifica.

Mercado de cafés especiais cresce 12% ao ano, segundo dados da Embrapa.

A agrônoma é um exemplo clássico desse novo perfil de consumidor que busca conhecer desde as origens dos grãos de café até o processo o seu processo de torrefação, moagem e preparação do produto.

Inaugurada há três anos, a cafeteria Borém Cafés Especiais, é uma das referências dos apreciadores do produto em Lavras. A empresária Camila Borém cresceu numa família apaixonada pelo café, um sentimento que ela quis levar para seus clientes. No local é possível ver a torragem e moagem dos grãos. Experenciar as etapas desse processo de preparo, segundo ela, têm fascinado cada vez mais pessoas.

Mudança de paradigma

Maior produtor de café do mundo, o Brasil também é o segundo maior consumidor do produto no planeta. Ele perde apenas para os Estados Unidos.

Professor titular do Departamento de Engenharia Agrícola da Ufla, Flávio Meira Borém conhece bem essa realidade, sendo um dos maiores especialistas no Brasil e no exterior quando o assunto envolve os cafés especiais.

“O café ainda é uma cortesia no final de um almoço num restaurante. Como um produto que tem valor pode ser cortesia? Durante muito tempo o brasileiro achou que o café deveria ser amargo e forte, o que não é verdade. O café não precisa ser amargo e forte, ele é doce, saboroso, agradável, atraente ao olfato e o paladar. O interessante é você degustar o que realmente é o produto, perceber as variações de sabor nele contidas.”, observa.

O docente Flávio Meira Borém (Ufla) e a empresária Camila Borém: paixão pelo café passada de pai para filha 

Para o empresário, o aumento do poder aquisitivo de camadas sociais contribuiu para a busca por produtos diferenciados como os cafés especiais. Ele afirma que mulheres com idade entre 30 a 50 anos, independentes financeiramente, compõe o perfil deste consumidor hoje.

“O contingente de pessoas que consomem cafés especiais têm aumentado a cada ano. Temos um futuro gigante e incrível para poder crescer através da educação e da informação”, finaliza.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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