A conta de luz dos brasileiros deve ficar mais cara, com aumento médio de 5,6% em 2024, de acordo com projeção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgada nesta terça-feira (23/1). A previsão está acima da média de inflação projetada para o período, de 3,87%, de acordo com especialistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central.
No ano passado, a Aneel estimou que o aumento das tarifas das distribuidoras de energia seria de 6,8%, mas a alta verificada foi de 5,9%. A entidade reajusta anualmente as tarifas cobradas pelas distribuidoras, na data de “aniversário da concessão”.
Três fatores que aumentam a conta ao consumidor, segundo a Agência, são a expansão da rede de transmissão, a conta de subsídios (que tem crescido nos últimos anos) e a energia contratada no mercado cativo (em que o consumidor é “obrigado” a comprar da distribuidora local).
Maior valor de subsídios
Os subsídios devem alcançar, em 2024, o maior valor da série histórica da Agência Nacional de Energia Elétrica: R$ 37,2 bilhões. A maior parte desse valor será custeado pelos consumidores (R$ 32,7 bilhões). Para este fim, serão incluídos dois encargos nas contas de luz.
Os encargos são pagos por meio da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que tem como receitas multas aplicadas pela Aneel, recursos de pesquisa e desenvolvimento não utilizados pelas empresas, valores pagos pelas hidrelétricas pelo uso do bem público, aportes do Tesouro Nacional, recursos da Reserva Global de Reversão (encargo pago por geradores, transmissores e distribuidoras) e cotas pagas pelos consumidores.