Dados do mais recente do boletim epidemiológico de HIV/Aids do Ministério da Saúde, divulgados no último dia 1º, Dia Mundial de Luta contra a Aids, revelaram que, entre 2007 e 2021, os jovens, com idade de 15 a 29 anos e de 20 a 24 anos, pertencem ao grupo social com maior incidência da doença.
Em Lavras, a situação não é diferente. Um levantamento exclusivo feito pelo site Curta Lavras junto ao SAE/CTA – Serviço de Atendimento Especializado/Centro de Testagem e Aconselhamento HIV, Hepatite B E C, e outras Infeções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), aponta que o número de jovens infectados pelo vírus, com idade entre 21 e 37 anos, cresceu nos últimos 12 meses (veja mais dados abaixo).
Lavras conta hoje com 106 portadores da doença com idade entre 15 e 34 anos de idade, sendo 95 homens e 11 mulheres. Uma tendência que pode ser constatada também em Minas Gerais, onde os jovens de 20 a 34 anos receberam diagnóstico de HIV/Aids. O grupo representa 50% do total de notificações nos últimos três anos em todo Estado.
Casos de HIV/AIDS em Lavras por faixa etária:
15/34 anos: 106 pacientes, sendo 95 homens e 11 mulheres.
35/50 anos: 141 pacientes, sendo 94 homens e 47 mulheres
51/65 anos: 117´pacientes, sendo 73 homens e 44 mulheres
66/90 anos: 33 pacientes, sendo 20 homens e 13 mulheres.
O SAE/CTA é responsável pelo atendimento de 380 portadores de HIV/AIDS em Lavras, sendo que, deste total, 208 são pacientes residentes na cidade. O órgão disponibiliza atendimento gratuito a eles, sendo sua equipe formada por enfermeiras, médicos, assistente social, psicólogo e farmacêutico. O órgão oferece também testes rápidos, preservativos e medicamentos que são distribuídos gratuitamente pelo SUS aos portadores da doença.
Ao contrário do passado, quando os pacientes eram obrigados a fazer uso de uma grande quantidade de medicamentos do chamado coquetel antiaids, hoje o tratamento é feito, na grande maioria dos casos, com dois comprimidos diários, os chamados antirretrovirais.
De acordo com o SAE/CTA, Lavras registrou 35 novos casos da doença este ano, contra 28 em 2022 e 29 em 2021. Foram contabilizados também três óbitos provocados pela doença (AIDS) e outros dois óbitos causados por doenças oportunistas relacionadas ao vírus (HIV). Dez pacientes atendidos pelo órgão também optaram por abandonar o tratamento contra a doença nesse período.
Descaso
A enfermeira Fernanda de Souza Carvalho, coordenadora do SAE/CTA em Lavras.
A enfermeira Fernanda de Souza Carvalho, coordenadora do SAE/CTA, afirma que o trabalho de prevenção à doença tem sido mantido de forma sistemática, mas muitos cidadãos passaram a ignorar a gravidade e os riscos provocados pelo vírus do HIV/AIDS.
A enfermeira afirma que a testagem regular para o HIV e outras ISTs permite que se tenha diagnóstico precoce da doença. Os kits de testagem estão disponíveis no SAE/CTA e em todos os PSFs do município. Contudo, ela lembra, que a melhor forma de se prevenir contra o HIV/AIDS é o uso de preservativo.
Estima-se que, atualmente, um milhão de pessoas vivam com HIV no Brasil, mas apenas 900 mil conhecem seu diagnóstico. Isso significa que aproximadamente 100 mil pessoas ainda precisam ser diagnosticadas para que, então, iniciem tratamento.