“Por uma despedida digna: ajude Carolina a alcançar paz”, esse é o título da vaquinha on-line da mineira Carolina Arruda Leite, 27, que busca arrecadar R$ 150 mil para fazer eutanásia na instituição Dignitas, na Suíça.
Criada na segunda-feira (1º), a vaquinha já tem R$ 96 mil doados por 2.234 apoiadores.
Carolina sofre há 11 anos com a neuralgia do trigêmeo, uma doença rara que é conhecida por causar “a pior dor do mundo”. Neste ano, começou a compartilhar sua rotina nas redes sociais. Em vídeos publicados no TikTok, ela filmou momentos como idas ao hospital, crises de dor, aplicações de morfina e canabidiol e, em abril, passou a discutir o suicídio assistido.
Em uma publicação, Carolina conta que já tentou suicídio duas vezes. “Quando estou em uma crise de dor muito forte, eu perco completamente a noção do que estou fazendo, só quero que aquilo acabe”, diz.
A estudante de medicina veterinária afirma que a eutanásia foi a decisão que tomou para acabar com seu sofrimento de forma digna, depois de “esgotar todas as opções médicas disponíveis e enfrentar uma dor insuportável diariamente”.
Existem formas de encerrar a vida, principalmente quando associada a doenças limitantes ou terminais, disponíveis no mundo. Duas delas são a eutanásia e a morte assistida (ou suicídio assistido), que buscam provocar a morte sem sofrimento do paciente. A diferença é que, na primeira, os agentes de saúde aplicam os medicamentos e, na segunda, o próprio paciente.
No Brasil, as duas formas são proibidas e definidas pelo Código Penal como crime de homicídio.
A Suíça, onde fica a instituição Dignitas, é um dos poucos países que recebe estrangeiros para a realização do suicídio assistido – muitas vezes confundido com a eutanásia. Também foi o destino escolhido pelo cineasta francês Jean-Luc Godard, em 2022.