A poetisa e escritora brasileira Adélia Prado foi agraciada com o Prêmio Machado de Assis 2024, a mais importante honraria da Academia Brasileira de Letras (ABL) e uma das mais tradicionais do país. Ela receberá R$ 100 mil. A distinção reconhece o conjunto da obra de escritores que se destacam pela excelência e relevância de suas contribuições à literatura nacional.
Seu trabalho é marcado por uma uma profunda sensibilidade para questões existenciais. Seus poemas combinam misticismo e cotidiano, abordando temas como vida interior, religiosidade e o feminino.
Entre poesia, prosa e antologias, Adélia já publicou mais de 20 livros. Ela é conhecida por escrever do ponto de vista de mulheres dedicadas à família, assombradas pela morte, que gostam de sexo e temem a Deus. O poeta Affonso Romano de Sant’Anna já afirmou que “Adélia não usa uma linguagem de empréstimo aos homens”, mas “está ali pisando no seu chão”, “com um caderno de poesia ao lado do fogão”.
O prêmio
O Machado de Assis é um dos mais tradicionais e prestigiados reconhecimentos literários do Brasil. Instituído em 1941, recompensa o autor pelo conjunto de sua obra, tendo entre os seus vencedores nomes como Gilberto Freyre, Fernando Sabino e Ruy Castro. Os vencedores são escolhidos pelos membros da ABL.
Nascida em 1935, na cidade de Divinópolis, em Minas Gerais, Adélia Prado é considerada por muitos a maior poetisa viva do Brasil. Seu primeiro livro de poesias, “Bagagem”, de 1976, foi elogiado por poetas como Carlos Drummond de Andrade. Professora por formação, ela exerceu o magistério durante 24 anos antes de se consagrar como escritora. “Adélia é lírica, bíblica, existencial, faz poesia como faz bom tempo”, escreveu ele em uma crônica no Jornal do Brasil.
Fonte: O Globo