Depois de ter alcançado um novo recorde e ser negociado a R$ 6,20, o dólar fechou a terça-feira (17/12) perto da estabilidade, avançando 0,02%, a R$ 6,09. A oscilação ao longo do dia teve como pano de fundo o risco fiscal brasileiro. A moeda americana só reverteu a alta depois de dois leilões de dólares promovidos pelo Banco Central (BC). O primeiro leilão vendeu US$ 1,2 bilhão, enquanto o segundo, US$ 2 bilhões.
O mercado também reagiu à indicação do presidente de Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de que os deputados vão começar a analisar ainda nesta terça o pacote de corte de gastos proposto pelo governo. O pacote de ajuste fiscal conta com um Projeto de Lei (PL), um Projeto de Lei Complementar (PLP) e uma proposta de emenda à Constituição (PEC). A expectativa da equipe econômica é economizar aproximadamente R$ 70 bilhões nos próximos dois anos.
Essa foi a terceira intervenção no mercado de câmbio à vista feita pelo Banco Central nos últimos dias. Na sexta-feira (13/12), foram vendidos US$ 845 milhões. Na segunda-feira (16/13), o total de vendas atingiu US$ 1,623 bilhão.Nesta terça-feira, o dólar abriu em forte alta, a R$ 6,16. Pouco depois do novo leilão, a cotação caiu para R$ 6,09, atingindo a mínima do dia. Mas, a seguir, voltou a subir. Às 10h20, a moeda americana avançava 1,14%, a R$ 6,16. Na máxima do dia, tocou em R$ 6,20, às 12h16.
Na avaliação de analistas, a série de altas no mercado de câmbio é resultado basicamente das preocupações com a questão fiscal (a relação entre receitas e gastos das contas públicas federais). Os investidores também temem que o pacote de cortes de despesas do governo, considerado tímido, ainda seja “desidratado” no Congresso Nacional, onde está sendo analisado por parlamentares.