Hoje o país celebra o dia do Vira-Lata. Termo refere-se a cães e gatos sem raça definida. O objetivo da data é promover a adoção responsável desses animais, os mais presentes nos lares brasileiros.
O volume dos sem-pedigree é 29,39%, praticamente o dobro do segundo colocado no ranking – os cães da raça Shih Tzu (14,57%) – e quase quatro vezes maior que o terceiro colocado, os Poodles (7,66%). Levantamento foi feito pela VetFamily e OnePet, sistema de gestão de pet shops e clínicas veterinárias, com dados dos últimos cinco anos.
Embora haja um crescente interesse pelos vira-latas, o número de animais em situação de vulnerabilidade ainda é grande: país tem hoje 184.960 animais abandonados ou resgatados por maus-tratos sob tutela de ONGs e grupos de Protetores, apontam dados do Instituto Pet Brasil. Destes, 96% são cães e 4% são gatos.
Um dos motivos principais para o abandono é a falta de conhecimento aprofundado sobre o processo de adoção e seus impactos reais na vida do pet e do tutor, avalia Roberta Paiva, gerente de marketing de Pet Health da Elanco Saúde Animal. Desde 2021, programa Adoção de Responsa, capitaneado pela empresa, chama atenção sobre a importância de levar um pet para casa. “A adoção responsável não culmina em abandono ou maus-tratos”, explica Roberta.
“Adotar é um ato de amor que traz muitas alegrias, mas deve ser feito com responsabilidade, cuidado e atenção, sempre considerando as necessidades físicas, emocionais e comportamentais do animal”.
Interessados em adotar podem buscar informações sobre instituições ou usar outros meios, como o aplicativo lançado pela Elanco no final do ano passado, o Cãobinado. Disponível na Apple Store e no Google Play Store, o app tem duas interfaces, uma para as ONGs e outra para futuros tutores. Na versão da ONG, a instituição cadastra os animais, incluindo foto, idade, sexo e porte, além de responder a um questionário sobre o seu comportamento, como sua reação com pessoas estranhas, como reage a outros cães, entre outras características.
App facilita o “match” entre pets e potenciais tutores
Na versão para potenciais tutores, a pessoa deve preencher dados cadastrais e responder perguntas sobre sua rotina, experiência com cães, disponibilidade de tempo para cuidados, períodos de ausência e frequência de atividades ao ar livre. O aplicativo cruza essas informações para calcular um percentual de “match” entre tutores e cães cadastrados.
Essa triagem inicial é complementada por uma avaliação presencial realizada pelas ONGs cadastradas, garantindo uma adoção com grandes chances de sucesso e baixa possibilidade de um segundo abandono, algo muito comum nos processos de adoção. Além disso, responder às perguntas ajuda o futuro tutor a compreender melhor suas responsabilidades com o pet.