A greve dos professores e técnicos das universidades e escolas técnicas federais deve ser encerrada nos próximos dias. Neste fim de semana, foram feitas assembleias com as categorias que aprovaram os termos do acordo proposto pelo governo federal para colocar fim ao movimento.
No entanto, as aulas só devem ser retomadas após a assinatura do acordo pelo Ministério da Educação, previsto para acontecer entre os próximos dias 26 e 28/6. A data da volta às aulas e também o calendário de reposição dos dias parados serão definidos por cada instituição de ensino. Elas têm autonomia administrativa para estabelecer o calendário para o término do 1º semestre letivo deste ano, interrompido pela greve, e para o início do 2º semestre letivo de 2024.
Os professores das universidades federais devem retomar aos poucos suas atividades, inclusive em Minas Gerais. As universidades que estavam com suas atividades paralisadas fizeram assembleias no dia 21/6 por determinação do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), que ainda não divulgou um balanço dessa consulta, mas a tendência é que elas suspendam também o movimento e aceitem as propostas do governo federal.
Algumas já aprovaram o fim do movimento, caso da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), que retomou suas atividades na semana passada. E também da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que decidiu pelo fim do movimento há duas semanas e as aulas já voltaram.
As Universidades Federais de Ouro Preto (Ufop) e de Juiz de Fora (UFJF) também aprovaram o fim da paralisação, mas ainda não decidiram a data da volta das aulas e aguardam a assinatura do acordo pelo governo para retomar suas atividades.
O Comando Nacional de Greve deve divulgar um comunicado nesta segunda (24/6) anunciando o fim da greve nas universidades federais. Segundo apurou a reportagem, 35 universidades votaram pelo fim da greve, 20 pela continuidade e 4 se abstiveram. Com isso o comando tirou uma posição nacional pelo encerramento do movimento, iniciado em maio.
Entre as principais reivindicações dos professores e técnicos das instituições de ensino federal estavam a reposição das perdas inflacionárias que chegam a 34,32% e a revogação de normas e portarias editadas pelo governo Bolsonaro que prejudicam as carreiras dos servidores federais e o fornecimento de bolsa para alunos.
A proposta salarial do governo federal, no entanto, não contemplou essa recomposição e estabeleceu um escalonamento com aumento de 9% em janeiro do ano que vem e de 5% em abril de 2026.