Nos primeiros dias deste ano, o Estado registrou aumento de casos acima do esperado para o período. A doença pode ter feito uma vítima já neste ano. A dengue é investigada como a causa da morte de uma adolescente de 17 anos em Tomóteo, no Vale do Aço. O crescimento do número de diagnóstico vem após um ano considerado endêmico — quando houve um crescimento de 330,5% em relação a 2022. Além da morte da garota, outro ponto que aumenta a preocupação das autoridades em saúde é com relação ao ressurgimento do tipo 3 da dengue – que há mais de 15 anos não causa epidemias no país.
No ano passado, Minas Gerais registrou 321.038 casos de dengue, uma média de quase 880 por dia, e 198 mortes. Em 2022, foram 74.796 casos (246.242 a menos), uma média de quase 205 por dia, e 68 óbitos. Historicamente, Minas Gerais registra epidemias de dengue a cada três anos. Antes de 2023, o último ano epidêmico foi em 2019, quando foram 413.717 casos e 195 mortes. Para evitar contágios, o governo de Minas Gerais informou que vai repassar R$ 80,5 milhões para ações de conscientização e mobilização sobre os focos do mosquito.
O período chuvoso está relacionado ao aumento de casos de dengue. Isso ocorre porque água parada é ambiente para reprodução do Aedes aegypti. Além disso, o calor favorece a criação do mosquito.
O ressurgimento recente do sorotipo 3 do vírus da dengue no Brasil fez acender o sinal de alerta quanto ao risco de uma nova epidemia da doença causada por esse sorotipo viral. Em 2023, quatro casos do tipo 3 da dengue foram registrados em Votuporanga, no interior de São Paulo. Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que a circulação de um sorotipo há tanto tempo ausente preocupa os especialistas.
Entre os sintomas de alerta da doença, estão: febre, manchas vermelhas pelo corpo, dor abdominal, vômito persistente, acompanhados também de sangramento na gengiva, no nariz ou na urina. Ao perceber qualquer sintoma, a pessoa deve procurar atendimento médico na unidade de saúde.
Vacina
Recentemente incorporada pelo Ministério da Saúde ao Programa Nacional de Imunização (PNI), a vacina contra a dengue chamada Qdenga promete ser aliada no enfrentamento da doença. A previsão é que o imunizante comece a ser oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de fevereiro.
Contudo, inicialmente, não estará disponível para todos. Isso ocorre devido à limitação de produção de doses pela farmacêutica Takeda Pharma, responsável pela fabricação do imunizante. Desta forma, o Ministério da Saúde vai priorizar grupos considerados prioritários, com critérios ainda não divulgados.
Em nota, o governo de Minas afirmou que “aguarda orientações do Ministério da Saúde a respeito da execução do plano de vacinação”. O Estado acrescenta que, “de acordo com informações da pasta federal, a vacina não será utilizada em larga escala devido à restrição do laboratório fabricante. Por isso, a vacinação com esse imunizante será direcionada para público e regiões prioritárias no país”, diz.
A QDenga também está disponível no mercado privado, por cerca de R$ 350. Contudo, a quantidade de doses também é insuficiente para uma vacinação em massa.
Com informações de O Tempo